quarta-feira, 23 de maio de 2012

Criança de seis anos impedida de frequentar escola por ser hiperativa

Uma criança, de seis anos, foi hoje impedida pela direção escolar de frequentar o estabelecimento de ensino, em Viana do Castelo, por alegadamente estar "suspensa" devido ao comportamento hiperativo e nem a intervenção da PSP permitiu inverter a situação.
Durante cerca de uma hora, a criança e os avós, que assumiram a tutela desde o primeiro ano de vida do menor, estiveram à porta da Escola da Avenida, na cidade de Viana do Castelo, mas da parte da direção receberam apenas o pedido para terem "paciência" e que a criança estava "suspensa" devido ao seu comportamento.

"Ele é hiperativo, não para um segundo e isso é verdade. Não tem mais nada de especial e estava a ser acompanhado por uma especialista aqui na escola, porque em casa o comportamento é praticamente normal", explicou Vítor Araújo, o avô.

A situação e os alegados conflitos da criança na turma do primeiro ano que frequenta naquela escola são conhecidas desde setembro, nomeadamente com episódios de violência até sobre alguns colegas, professores e auxiliares, mas tudo se agudizou na semana passada.

"Numa destas crises, partiu uma janela e o Agrupamento de Escolas deu ordem que quando acontecesse alguma coisa do género tinha de ir para o hospital. Mas nós só fomos avisados quando ele já estava lá", acrescentou Ana Paula Silva, a encarregada de educação, que trabalha a poucos metros da escola.

A criança, que alegadamente reage mal quando contrariada, passou os dias de sexta, segunda e terça-feira sem ir à escola e fez, entretanto, nova troca de medicamentos "para tentar ajustar o comportamento", até que hoje se preparava para regressar.

"Aqui à porta disseram-me que ele está suspenso, não pode frequentar a escola e que para a semana haverá uma reunião entre todas as partes para decidir. Enquanto isso, esteve a ver os colegas a entrarem e ele sem o poder fazer. Isto é revoltante para qualquer pessoa", desabafou ainda.

Os avós chamaram a PSP de Viana do Castelo ao local e apresentaram queixa sobre o impedimento da criança em frequentar a escola, nomeadamente por não terem qualquer justificação para esta suspensão e tendo em conta a sua idade e falta de alternativas da própria direção.

A Agência Lusa contactou a diretora da Escola da Avenida para tentar obter explicações sobre este caso mas esta remeteu qualquer comentário para o Agrupamento de Escola do Atlântico.

Por sua vez, e apesar das insistências dos jornalistas, ninguém da direção daquele agrupamento se mostrou disponível para prestar declarações.

A criança acabou por regressar a casa com os avós, que ainda não decidiram se, na quinta-feira, voltam a tentar levar o menor à escola.

Fonte: JN

Comentário:

  • Perante esta notícia pergunto-me: 
Estará esta criança abrangida por medidas do Decreto-lei 3/2008 - Educação Especial? 
Pela expressão "estava a ser acompanhado por uma especialista aqui na escola" indica-nos que sim e que não será um caso simples de hiperatividade porque senão seria facilmente controlada pela medicação.

Provavelmente as pessoas, na sua maioria, terão uma opinião que vai contra a decisão da escola pois irão questionar a falta de medidas apresentadas pela escola... ora, estamos em Maio, ultrapassamos mais de metade do ano letivo e só agora a medida de suspensão foi aplicada. Conjeturo que a escola (e a equipa que acompanha o aluno) terá tentado de tudo para harmonizar a inclusão deste aluno.

  • Agora pergunto-vos: 
Conseguem imaginar o que as pessoas que trabalham com este menino já sentiram ou sentem?! 
Eu consigo e digo-vos mais quem ama a camisola que veste sofre muito com estas situações... e quando falamos do dito "acompanhamento do especialista" falamos certamente de um professor de Educação Especial. 

  • Sugiro:
Atenção ao título desta notícia. A hiperatividade por si só não é justificação. Não julguem sem antes saber quais os antecedentes!



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